mulher, ah... mulher.
sempre fui machista. admiram-se de ler isso? uma mulher machista. é verdade. sempre acreditei no homem provendo e na mulher cuidando. o homem indo defender os ideais e a mulher defendendo a casa e a família. acreditei sempre no casamento como a forma sublime e suprema de realização feminina.
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eu era retrógrada.
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de uns tempos para cá, porém, decidi parar de esperar um homem provedor cair do céu tomando assim vergonha na cara e escolhendo uma profissão decente, a qual gosto de me dedicar. é claro que dar o passo para dentro da comunicação social ampliou os horizontes nesse sentido.
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ainda não acredito plenamente na igualdade entre homens e mulheres, mas hoje tenho muito mais orgulho de ser mulher pelas inúmeras coisas que posso fazer. sem contar - e sem querer me gabar das evoluções do sexo frágil - que as mulheres estão mais escolarizadas que os homens nos países de primeiro mundo e, também, no brasil. o brasil é um país estranho. índices de primeiro mundo e má distribuição de renda. mas as mulheres daqui são força de trabalho. as mulheres estão, cada vez mais, ocupando melhores cargos e até se enveredando pela política.
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eu, mulher, tenho - pela primeira vez - a sensação de que posso mudar o mundo. ou, pelo menos, parte dele. pequena que seja. eu tenho voz, eu tenho força.
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ainda quero experimentar a sensação de cuidar da casa e dos filhos, de esperar o marido voltando do trabalho com o jantar servido na mesa e tudo mais. acho que, mesmo pertencendo a essa geração mais moderna de mulheres, as raízes estão lá ainda, me fazendo lembrar que minha bisavó e minha avó viveram assim, felizes, por muitos anos.
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mas hoje é bom ter no peito a certeza de que me respeitam mais e me vêem de outro jeito. quem sabe, um dia, eu não acabo lá no planalto, falando por tantas mulheres que também são força?
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(obrigada, vinícius.)