quinta-feira, 2 de novembro de 2006

poetagem.

agora dei pra ler vinícius. e, nas palavras do daniel gildenlöw: a taste of pain to cling to.
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minhas tristezas, minhas alegrias
meus desejos são teus, toma, leva-os contigo!
és branca, muito branca
e eu sou quase eterno para o teu carinho.
não quero dizer nem que te adoro
nem que tanto me esqueço de ti
quero dizer-te com outras palavras todos os votos de amor jamais sonhados
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alóvena, ebaente
puríssima, feita para morrer...
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"oh
crucificado estou
na ânsia deste amor
que o pranto me transporta sobre o mar
pelas cordas desra lira
todo o meu ser delira
na alma da viola a soluçar!"
bordões, primas
falam mais que rimas.
é estranho
sinto que ainda estou longe de tudo
que talvez fosse melhor cantar um blues
yes!
mas
o maior medo é que não me ouças
que estejas deitadan sonhando comigo
vendo o vento soprar da tua janela
ou na aurora boreal de uma igreja escutando se erguer o sol de deus.
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mas tudo é expressão!
insisto nesse ponto, senhores jurados
o meu amor diz frases temíveis:
angústia mística
teorema poético
cultura grega dos passeiso no parque...
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no fundo o que eu quero é que ninguém me entenda
para eu poder te amar tragicamente!
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- elegia lírica
vinícius de moraes