quinta-feira, 30 de novembro de 2006

a praia segura.

na última virada eu usei vermelho. dos pés à cabeça. eu usei vermelho.
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a promessa do vermelho é paixão. paixão avassaladora, cruel, dolorida. como um espinho. se você tirar, a dor é maior. bem maior.
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tudo porque eu sempre acreditei que o primeiro passo pro amor é a paixão. não deixa de ser um passo. paixão pode se converter em amor. mas muitas vezes é só aquele "tchum". vem, faz você voar, faz você ver o mundo em outras cores, faz você sonhar, faz você sentir cada parte do seu corpo, faz você descobrir o significado real de "carnal", faz você suspirar de maneiras nunca antes imaginadas. mas quando acaba, acaba. e isso pode ser antes de virar "amor".
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e o meu vermelho do ano passado deu certo sim. em 2006, eu me apaixonei. forte. de verdade. intensamente. senti tudo. não senti nada. fiquei dormente. fiquei desperta. e foi muito bom. em muitos sentidos. apesar do lance que eu disse lá em cima sobre como dói bastante tirar o espinho. faz sangrar e tal. mas até as coisas boas vêm de braços dados com as ruins, não tem muita escapatória.
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mas o poeta me disse: "o amor é a praia segura. paixão é um barco a mercê da maré." e, bem, são poucos os barcos que ficam por aí à deriva e acabam achando um porto onde ancorar. em alguma fase da vida é bacana vagar sem rumo pelos mares. é legal ver, sentir, experimentar, ouvir, conhecer coisas novas. é bom navegar outros mares. mas eu... eu sempre quis achar a minha praia segura. eu sempre quis ancorar e ficar lá, no porto, vendo os barcos que chegam e que se vão... mas eu sempre ali, sempre ancorada, sempre segura na minha praia mansa. essa vida de viver a mercê da maré não é pra ana aqui não. ela não aguenta.
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então, pra esse ano, eu vou usar rosa. dicas de uma companheira de trabalho devota de santa sarah kali. diz ela que não falta muito pra eu achar um porto seguro. mas, como o vermelho ano passado funcionou, esse ano vai ser do rosa. e com a fita de cetim virgem amarradinha. quem sabe, né?