d'aquele que lembra.
uma carta perdida entre os livros. aquele que nos incita pode também ser o que nos afasta. e parece inexplicável o porquê e o como, assim como o quando, se o assunto é aquele do passado. quando se ouve o nome, mesmo que distante, as lembranças que ativam-se, ainda que rarefeitas, sobem pelas veias e inundam o coração. e, talvez, porque meramente não conheçamos o ser por detrás da imagem construída ante nossos olhos. são lembranças de anos atrás. de segundos perdidos na adolescência. ou no final agridoce da mesma. lembranças merencóreas, melancólicas, pálidas. e tão gentis. nos embalam o sono inocente destas noites quentes enquanto o que o embala são outras memórias ou, quiçá, outras carnes. porém, não pensemos. elevemo-nos ao ponto máximo e, a partir daí, deixemo-nos cair. amanhã tudo volta ao normal. e a carta há de continuar perdida entre livros. aqueles mesmos espalhados no chão do quarto, por cima dos sonhos tão reais.
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por hora, durma leve. as lembranças escortam até o leito.
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ouvindo: no inverno fica tarde mais cedo - engenheiros do hawaii.