domingo, 7 de janeiro de 2007

vapor de poesia barata.

o nascer poeta
[ana fonseca]
.
e em sã consciência, hoje decidi
do auge destes vinte anos, viverei
de um amor puro, cândido, simples
ainda que não correspondido, quiçá!
.
pois quem tem a alma de poeta
não vive, se não de paixões
[e de bebida, de fumaça]
.
é preciso apaixonar-se a cada dia
por coisas, pessoas, momentos, situações
para descrever com destreza a melancolia
e a beleza da vida que pela gente passa
.
amo em demasia, sufoco e suicido-me
corto, suturo, esqueço, afogo, cresço
e escrevo uns versos, assim, meio tortos
.
se ainda tivesse a coragem de ser poeta
e de viver como vive o poeta, quem me dera!
morria de paixão, sem querer me levantar jamais
.
a sobriedade e a harmonia não se fazem companheiras.
.
.
.
ouvindo: save a prayer - duran duran.