do meu egoísmo.

não sou altruísta. às vezes dizem que sou. mas não sou. não sou do greenpeace, não faço coleta seletiva, não participo de ongs, não faço trabalho voluntário com menores nas ruas, assino embaixo de quem vota por pena de morte pra pessoas que arrastam uma criança de seis anos por sete quilômetros.
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não me peça pra mudar o mundo. mas me peça qualquer coisa pra você. me peça uma ajuda. me peça um abraço. me peça um presente. me peça uma conversa, uma opinião sincera. eu vou me repartir em quatro se preciso, mas vou fazer.
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talvez eu seja egoísta. eu faço por quem eu amo. e faço com prazer, mesmo que isso signifique criar problemas pra mim mesma. mas eu tenho dificuldades imensas de fazer por quem eu não sei nem quem é. é falta de esperança.
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do jeito que as coisas andam, eu não vejo esperança de melhora no rosto das pessoas. algumas pessoas estão ali, na rua, por falta de melhores condições. mas, existe um momento, em que elas passam de seres indefesos com poucas oportunidades à seres que roubam, machucam, matam... e, tudo bem, a minha cabeça compreende que isso "é" culpa dessa falta de chance... mas sabe o que eu acho? tem gente que tem situação parecida e não vive disso. e isso me deixa completamente desesperançosa e sem a menor vontade de fazer alguma coisa a respeito. e cada vez o ser humano me dá mais provas disso... mau caratismo é seu, não é da falta de oportunidade.
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egoísta. pra ser altruísta falta muito. falta perder o medo de quem mata, rouba, de quem é mau caráter. falta perder o medo de todas essas coisas e arregaçar as mangas pra tentar fazer algo por essa gente. mas isso é meu. eu não consigo.
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e eu continuo fazendo por quem eu sei que precisa, que merece, que não precisa me dar absolutamente nada em troca. mas que vai cuidar pra não fazer com os outros o que não gostaria que fosse feito consigo mesmo. e esse é meu jeito de 'ajudar'.
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ouvindo: vida à três - onno.