brutalmente anti-social.
(outubro / 2006)
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com o tempo tornei-me anti-social. aqui onde costumo esconder-me há o conforto necessário. passo horas tentando colocar em letras minhas divagações. o teto é um companheiro. na sua imensa claridade vejo o que desejo. imagino. quem há de me tirar o direito de imaginar? é reconfortante. e, ao mesmo tempo, de fio fino como um cutelo. it butches me. e talvez toda essa acomodação seja o medo do lado de fora. nas vezes que escolhi sair, perdi parte da alma. e dizem que para se encontrar, é preciso sair a busca. proponho encontrar-me sozinha, comigo mesma, entre essas quatro paredes. se sair, que seja sem data de volta. cheguei a ponderar tal opção. um outro estado, um outro país, uma outra gama de gentes com outros costumes e outras visões. porém falta a coragem de desfazer laços. apesar do apreço pela solidão voluntária, criei laços importantes e especiais. não sei cortá-los. talvez seja um mal. esses laços acabam sendo o que me prende a esse quarto. o medo de criar laços e precisar desfazê-los é o que me prende.
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ouvindo: novos horizontes - engenheiros do hawaii.