quinta-feira, 15 de março de 2007

ao leitor anônimo.

um beijo de quem te quer muito bem, me dizes. o que é querer bem à distância? o que é querer bem sem mostrar o rosto? o que é querer bem sem se aproximar e encontrar em mim uma amizade, um sorriso, um abraço, muitas conversas? o que é querer bem assim, se escondendo de mim?
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meu caro anônimo, lisonjeia-me que me queiras bem. mas o querer bem distante é frio. é sem cor, é sem jeito, é sem graça. um beijo assim, distante, é perdido. todo esse querer bem se perde nessas ondas que permitem que me leias, que saibas mais de mim, me interpretes e me vejas, mas que não me permitem saber quem está aí, do outro lado, emanando-me essas vibrações.
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de qualquer maneira, agradeço essa espécie de carinho e de atenção dedicada. mas não sossego sem saber de ti. imagino rostos e palavras que caibam em ti, que caibam no "tu" que estou criando no vazio que deixas em linhas vagas que me escreves.
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ouvindo: amanhã (acústica) - columbia.