
faz a cabeça parar. faz ela se desprender do corpo e voar livre por aí. faz os pensamentos pousarem e repousarem numa causa só. faz as noites serem mais tranqüilas, sem sonhos pertubados e perturbadores. faz a boca não ficar seca e as mãos não tremerem em encontros furtivos casuais. faz não pensar em
"refrão de bolero" (um dia desse, num desses encontros casuais, talvez eu diga: minha amiga, pra ser sincero, prazer em vê-la! até mais!"). faz qualquer arrependimento que seja ir embora com a água que desce o ralo quando lavo o rosto. faz do tempo um aliado e não um inimigo. faz das palavras minhas armas e não minhas punições. faz com que todo dia seja um dia a menos. faz com que eu enxerge como quem enxerga de fora de mim. seria mais fácil se eu pudesse ver com os olhos de quem me vê. mas quem me vê, será que não vê tudo pela metade?
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(e como eu sou log-voyeur mesmo assumida, eu roubei essa foto daí.).
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ouvindo: ode to divorce - regina spektor.