amusement in between desperated hours.
as madrugadas são para conversas pós-noites, bacanas ou não. ela na cama e eu no chão. ventiladores barulhentos congestionando os nossos narizes. papos filosóficos de boteco, piadas, confissões, seriedades amiúde e teorias comparativas tratando de homens e refrigerantes que, com certeza, vão gerar piadas internas para uma vida inteira. além de um bom chororô, é claro. porque, mulheres amigas irmãs como somos, não morrem de vergonha de chorar uma na frente da outra, confessando os erros, procurando os acertos, trocando em lágrimas e olhares os medos, as ponderações, aliviando o peso do mundo nas costas em silêncio. para bom entendedor, um silêncio entre amigas basta. sempre quebrado por uma piadinha leve, sempre quebrado por um 'nesse momento, nesse estado, até me permito admitir...' e, já se sabe, vem uma pérola que, é claro, pode muito bem ser usada contra num futuro. mas o melhor de tudo é saber que não vai ser usado. é confiar em dizer certas coisas que vão morrer entre as paredes cor-de-pêssego que já são lar dela também. amor, amizade, carinho, momentos saudáveis de 'good vibes' e também 'bad vibes'. porque a vida é feita de momentos felizes sim, mas não se pode negar a existência das tristezas por qualquer motivo que elas insistam em aportar na gente. e, nas horas que a tristeza faz lar no coração, nada melhor que uma filosofia barata proposta pelo auge do cansaço e do sono para arrancar gargalhadas que impedem o resto da casa de dormir.
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ouvindo: in my place - coldplay.