estragada.

eu nasci estragada, né? eu não sei porquê, mas eu nasci "agraciada" com hormônios bem desregulados que causam, entre outras coisas, as desconfortáveis epidemias acneicas - sempre nas piores épocas possíveis - e a infeliz propensão a não ser magra-esquelética-top model do jeito que o universo gosta.
.
essas coisas me frustram. porque, tipo, não é que eu não me cuide. eu passo pela via sacra dos médicos SEMPRE que chegam as férias (ou em momentos críticos de elevação absurda dessas "pequenas" reações do meu maldito sistema). são coisas que a gente precisa aprender a conviver e é muito complicado quando se mora numa cidade onde noventa por cento das pessoas são magras e tem peles invejáveis, além de outros atributos.
.
essa semana eu começo as visitas aos médicos. eles até sorriem e comentam com outros pacientes: "essa aqui vem me visitar desde que era desse tamaninho!", e fazem sinal de que eu tinha metade da minha altura com as mãos. é frustrante perceber que isso nasceu comigo e vai morrer comigo, não importa o que eu faça.
.
e isso faz com que eu goste menos de mim do que eu deveria. nessas horas eu até penso: "e tudo que eu queria era ser normal..."

.
.
.
ouvindo: gravity eyelids - porcupine tree.