quinta-feira, 13 de setembro de 2007

variações sobre o mesmo tema.

insisto. insisto no tema. sou taurina, teimosa, chata e fã. então insisto mesmo e "ai" de quem reclamar. a porta da rua é a serventia da casa, como diria a minha avó. e que assim seja, não é mesmo?
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recentemente, a megazine publicou a seguinte nota/pseudo-resenha do novo álbum dos engenheiros do hawaii, "novos horizontes":
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HORIZONTE INFAME (por bruno porto)
novos horizontes é o nome do novo disco dos engenheiros do hawaii. vai quebrar a cara, no entanto, quem comprar o cd achando que o grupo liderado por humberto gesinger passou por uma grande mudança. o álbum traz o engenheiros de sempre. lançado três anos depois do acústico mtv da banda, o cd também aposta no formato desplugado. o repertório mistura sucessos como "toda forma de poder", "alívio imediato" e "pra ser sincero" com faixas inéditas. as letras dessas são ainda mais pobres do que as dos hits. é um trocadilho infame atrás do outro. "falta pão, o pão nosso de cada dia/sobra pão, o pão que o diabo amassou", canta gessinger num trecho novo de "toda forma de poder". a parte musical também é triste. o disco, da universal, está sendo vendido por R$30.

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naturalmente, meu lado fã diz que o cara não compreende enghaw o suficiente pra falar deles e também vai lembrar ao bruno porto que "falta pão, o pão nosso de cada dia / sobra pão, o pão que o diabo amassou" é um trecho de "chuva de contâiners", que está no álbum "gessinger, licks e maltz", de 1992. portanto, meu lado fã recomenda ao bruno porto que se informe antes de falar do conteúdo.
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outra dica, brunão, é perceber que o formato desplugado é uma inovação pros engenheiros. repare que, até o famigerado acústico MTV, gessinger e trupe trabalharam vários álbuns de estúdio com canções "pauleiras", como os fãs gostam de dizer em comparação aos trabalhos recentes. e, além do mais, quem garante à você que nós queremos outros engenheiros do hawaii que não os de sempre, não é mesmo?
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a mudança maior foram os caras terem surgido, terem posto cara à tapa num momento em que a música nacional só era capaz de compreender o óbvio. lá em 1987, jornalistas de mente pequena como você, bruno, disseram que as canções do humberto eram desconexas, com letras que pareciam ser várias frases de parachoque amontoadas. pessoas claramente incapazes de perceber as sutilezas da pouca obviedade desse cara.
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o bom, bruno, é que tem gente no mundo muito capaz de entender e assimilar coisas que os outros, seres um tanto quanto inferiores, não conseguem. e eu acho que é por isso que são vinte e dois anos de estrada. não importa com quantas formações, o cérebro operacional disso tudo está ainda muito ativo. e eu, que mal era nascida quando eles apostaram no mercado musical brasileiro, sou hoje uma orgulhosa admiradora desse trabalho.
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tudo bem, críticas são críticas e todos nós temos a liberdade de criticar o que bem entendemos. mas, antes de criticar, é preciso conhecer. é preciso ser capaz de entender o intuito das coisas. quem critica por não entender, esta criticando apenas a sua pouca capacidade. pense nisso!
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nunca me deram mole não
melhor assim
eu não sou a fim de pactuar
sai pra lá
se pensam que tenho as mãos vazias e frias
melhor assim
se pensam que as minhas mãos estão presas
surpresa!
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ouvindo: a conquista do espelho - engenheiros do hawaii.
(é a coisa mais bonitinha como eu defendo com unhas e dentes as coisas que eu gosto, não? fazer o quê, né? sou taurina, sou teimosa, sou insistente e não gosto de crítica! ainda mais essas que não são construtivas de forma alguma, só são feitas pela incapacidade do ser humano de compreender algo. é sempre assim, né? você é incapaz de entender, vai lá e critica...)