segunda-feira, 1 de outubro de 2007

martin e kotzen x baixo astral.

apesar do dia de sábado ter sido de baixo astral total, a noite revelou-se exorcizante. graças a um amigo (que prefere não ser citado no espaço público!) fui ver eric martin e richie kotzen, ambos ex integrantes do extinto mr big, sendo o mr martin vocalista da formação originalíssima e o mr kotzen último guitarrista da banda, até mais ou menos 2004, substituindo o paul gilbert. e como eu adoro o farofê do mr big (e não escondo de ninguém!) eu me diverti muito.

é claro que antes de chegar na diversão propriamente dita rolaram alguns revéses dessa vida... o sábado, como eu tinha dito anteriormente, foi de baixo astral com sessão depressão vendo friday night lights e sentindo saudade de coisas que eu não deveria sentir, se é que vocês me entendem... além, é claro, da sucessão de eventos escrotos que sempre pegam a gente pelo pé quando temos algo bacana pra fazer.

saí atrasada de casa rumo ao leblon, onde o show iria acontecer. uma das coisas que eu mais odeio é sair atrasada para shows. só a perspectiva de chegar atrasada num show já me deixa mal humorada. e, naquele momento, não foi diferente. e, pra piorar o meu "emburramento" (ou seria a minha "emburração"?), tudo engarrafado ao redor do maracanã graças a um jogo do flamengo qualquer...

eu olhava nervosa pro relógio. dez pras nove. cinco pras nove. o show estava marcado às nove! e nada de chegar no leblon. e nada de saber como chegar no lugar lá no leblon. coisas que só me deixavam com mais vontade de dar meia volta e me encolher debaixo dos meus edredons! até que... boom! uma fila de pessoas vestidas de preto que dava a volta no quarteirão do endereço indicado.

senhoras e senhores, apesar do meu atraso de quase 40 min, as pessoas ainda estavam na rua! e, infelizmente, nossos passes vips não eram tão vips assim a ponto de colocar a gente dentro do bar do tom sem pegar a filinha... uma hora e meia de fila.

uma hora e meia de fila num salto 7cm. tortura total, né? murphy parecia mesmo estar agindo. e, mais do que agindo, interagindo... em forma de vince neil cover. sabem quem é o vince neil? é o vocalista do motley crüe. e esse vince neil wannabe era chato, sem noção e resolveu cismar com a minha cara... justo eu que já estava tendo um dia de cão viralata... valeu, murphy! valeu! e aí começou a chover! como se nada pudesse ficar pior, né? hahahaha... e agora só me resta rir. chuva, vince neil wannabe, 7cm e muita dor...

e então, como num passe de mágica, a fila andou. e em menos de cinco minutos nós estávamos lá dentro daquele buracão chamado bar do tom. o lugar era chinfrinzérrimo, vamos combinar... mas, a essa altura, tudo que eu queria era mesmo ver os caras, exorcizar tudo de ruim e voltar pra minha casa pra dormir até fazer bico!

dessa vez murphy não fez gracinha. eric martin veio, deu show, tocou um bom número de preferidas do mr big e me arrancou um rio de lágrimas em "to be with you". nessa hora não importava mais se eu tinha pé, se eu não tinha pé... eu não sentia mais nada além do êxtase coletivo provocado pela voz desse cara. não é à toa que eu sempre ouço falar "eric martin, uma das mais potentes e bonitas vozes do rock". assino em baixo, rubrico, dou beijinho... ele é o cara. O CARA.

aí, o baixinhou passou a bola pro richie kotzen. esse aí então dispensa qualquer explicação (em especial se tiver algum leitor aqui que é guitarrista e se amarra num virtuose, né?). como diria um amigo meu: "esse poserzinho, além de tocar guitarra pra caraleo, também canta pra caraleo e compõe pra caraleo." pelo menos foi essa a impressão que ele deixou depois de uma hora e pouco das muitas músicas que esse cara já fez na vida. ganhamos até uma "until you suffer some (fire and ice)" em versão exclusivíssima. essa música, na realidade, foi gravada na voz do brett michaels, do poison, banda da qual o richie era membro quando compôs 90% do álbum "native tongue". ele nunca chegou a regravá-la, portanto, nós cariocas sortudos ouvimos a versão richie kotzen dela! e foi absurdamente, correndo o risco de soar como um adolescente dos anos 80 de comédia americana da sessão da tarde, alucinante!

a melhor parte, é claro, foi ter esbarrado num parceirinho... formamos uma duplinha ali na hora pra cantar "doing what the devil says to do", "you can't save me", "shine" (quando o gloriosíssimo eric voltou ao palco pra relembrar os velhos tempos!) e "30 days in a hole". a energia rolou muito bem. a gente só sorria, cantava, fazia caras e bocas... como se a gente se conhecesse de vidas passadas! hahahaha... mas sem esse papo kármico pra mim. foi só uma inteiração instantânea. apesar de termos os dois saído de lá sem sequer trocarmos algum contato. nada que o destino não fosse resolver depois... caham! ou, pelo menos, parcialmente.

querem saber? a noite compensou as últimas semanas de trips down to memory lane (e eu não espero que todo mundo entenda essa, hein.)... mas fica sempre uma sensaçãozinha chata de "e aí, quando vai rolar um lance bacana desses de novo, hein?", né? fica aquela ânsia... e a semana que mal começou já parece longa demais... nhé. mas, enfim, faz parte.

a boa é fechar os olhos de vez em quando e lembrar de todos os momentinhos gostosos e especiais que fizeram com que o final de semana que parecia desatroso se tornasse único. delicinha, né? delicinha!

e agora, se vocês me permitem, é hora de terminar o maldito trabalhinho de comunicação empresarial... argh.


ouvindo: to be with you - mr big (coloquei o vídeo pra vocês! cláááássico!)