sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

fraudulenta.

eu sou uma grande fraude ambulante. sabe o papinho "sou solteira, quero aproveitar sem esquentar a cabeça"? fraude. e daquelas bem fraudulentas mesmo. só discurso, só papo, só uma desculpa qualquer pra tentar justificar uma temporária incapacidade de me envolver com alguém em específico.

mas caí por terra quando eu menos esperei. caí por terra quando o par de olhos verdes e míopes se acendeu e seguiu a noite inteira aquela "criatura". e caí mais por terra ainda porque eu sou uma pessoa completamente incapaz do desapego, de ter uma esperança completamente retardada de que eu mereço certas coisas e de que elas são mesmo para mim.

não, eu não sei ser casual. eu não sei me enganar dizendo que assim é bom, sem compromisso, por diversão, porque eu preciso aproveitar meus vinte e dois anos. eu não sei olhar para essa pessoa separando o meu desejo sexual de todos os outros desejos frugais que eu posso vir a ter. eu não sei não me apegar. e, com o tempo, é isso que vai acontecer: apego dos "brabos".

andei experimentando meu id e gostando. achei então que, por isso, as coisas funcionariam nesse esquema de "livre arbítrio moderno". e mesmo que meu superego seja dominante, o que é maior ainda que ele é o meu coração. por que é tão difícil para mim pensar com os poros, os pêlos, a pele? sempre, sempre caí nessa maldita casa do coração, do apego, da admiração, do sonho, da esperança...

é. fraudei-me. mas a verdade é essa: eu sou esse monte de sentimento embolado que, no fim das contas, é muito mais que satisfazer as necessidades biológicas. muito, muito mais. muito maior. infinitamente mais importante. infinitamente melhor. infinitamente mais "ana".


(e o problema não é você. e nem é o mundo. o problema sou eu. mas do uno bordeaux não esqueço mais.)





ouvindo: dusk and summer - dashboard confessional.