rio de janeiro, 31 de outubro de 2007.
me has enseñado tu
maldigo mi inocencia
y te maldigo a ti
escrevo esta carta com o intuito de dizer que, finalmente, entendo que o amor é uma questão de sangue, dor e lágrimas. por muitas vezes, no meio das madrugadas, eu abri os olhos e encarei o teto do quarto buscando vê-lo dormir. não estava ao lado, mas queria me transpôr e sentir a sua respiração tranqüila e compassada de quem nada teme, nem que o sono carregue de vez. tudo isso cabe nesse exercício de adestramento dos nossos medos que só nos vem quando nos encontramos entregues a essa coisa maior e fortemente sem sentido.
eu desejei, por muitas vezes, não precisar fazer esses cortes. mas o sentir mais profundo era esse, era ver como parte de mim podia escorrer em direção a um destino incerto. e isso era você para mim. um líqüido viscoso fluindo do qual eu não tinha controle. amar era isso. era sobre líqüidos. e sobre afluentes de rios que, em via de regra, transformavam-se em água para lágrimas.
parece-me que o amor é essa coisa intensa mesmo. é uma dor de parto, de perder uma perna, de ver alguém morrer nos seus braços. é a dor de ser incapaz de prender o objeto do desejo numa gaiola e tê-lo ali, para sempre. o amor é a dor de saber que eu sou livre, você é livre e que, com isso, podemos partir um do outro. sim, isso dói.
conheço então essa forma de amar, mais cabida ao velho testamento, que inflige tortura maior que gozo. e aprendi com você, em cada passo, a fazer de minhas tripas um coração. o vinícius disse que o amor só é bom se doer. e me doeu tanto. você me doeu. porém, não sei precisar a medida do "bom".
hoje sei apenas que o amor é mesmo questão de sangue, dor e lágrimas. e que essa é a tríade que melhor representa o sacrifício humano nessa ritualística.
(tenho algumas cartas escritas, jamais enviadas e certamente não publicadas. no entanto, eu lia caio f. hoje. e caio f. me dá essa vontade de publicar as minhas cartas também.)
ouvindo: say - john mayer.
maldigo mi inocencia
y te maldigo a ti
escrevo esta carta com o intuito de dizer que, finalmente, entendo que o amor é uma questão de sangue, dor e lágrimas. por muitas vezes, no meio das madrugadas, eu abri os olhos e encarei o teto do quarto buscando vê-lo dormir. não estava ao lado, mas queria me transpôr e sentir a sua respiração tranqüila e compassada de quem nada teme, nem que o sono carregue de vez. tudo isso cabe nesse exercício de adestramento dos nossos medos que só nos vem quando nos encontramos entregues a essa coisa maior e fortemente sem sentido.
eu desejei, por muitas vezes, não precisar fazer esses cortes. mas o sentir mais profundo era esse, era ver como parte de mim podia escorrer em direção a um destino incerto. e isso era você para mim. um líqüido viscoso fluindo do qual eu não tinha controle. amar era isso. era sobre líqüidos. e sobre afluentes de rios que, em via de regra, transformavam-se em água para lágrimas.
parece-me que o amor é essa coisa intensa mesmo. é uma dor de parto, de perder uma perna, de ver alguém morrer nos seus braços. é a dor de ser incapaz de prender o objeto do desejo numa gaiola e tê-lo ali, para sempre. o amor é a dor de saber que eu sou livre, você é livre e que, com isso, podemos partir um do outro. sim, isso dói.
conheço então essa forma de amar, mais cabida ao velho testamento, que inflige tortura maior que gozo. e aprendi com você, em cada passo, a fazer de minhas tripas um coração. o vinícius disse que o amor só é bom se doer. e me doeu tanto. você me doeu. porém, não sei precisar a medida do "bom".
hoje sei apenas que o amor é mesmo questão de sangue, dor e lágrimas. e que essa é a tríade que melhor representa o sacrifício humano nessa ritualística.
(tenho algumas cartas escritas, jamais enviadas e certamente não publicadas. no entanto, eu lia caio f. hoje. e caio f. me dá essa vontade de publicar as minhas cartas também.)
ouvindo: say - john mayer.
