ele pergunta se ela já havia pensado em trocá-lo. ela, prontamente, responde que não. ela é feliz, entende? as coisas da vida acontecem no seu caminho mas ela sabe, de um jeito ou de outro, que está andando por aí bem acompanhada. mas a verdade verdadeira, aquela que mora lá no fundo da alma, é de que na sua cabeça havia passado, em algum momento, um pensamento desse. não que ela quisesse trocá-lo, mas era maior que ela própria imaginar como seria estar ao lado de alguém com horários normais. passou-lhe pela cabeça uma tarde de sábado, uma viagem, um momento que fosse mais longo que os furtivos ao que havia se acostumado. é claro que ela sentia falta desses pequenos detalhes. o tempo era curto. ou, ao menos, se fazia curto. e sábados não eram para ela. às vezes nem os domingos. e restavam-lhe horinhas nas terças, nas sextas, nos sábado e nos domingos... duas, três horinhas aqui e ali... a maioria delas, vigiada. por que não dizer que, às vezes, era frustrante? era mesmo. era difícil. chateava-a de muitas formas. punha-a ansiosa esperando o celular tocar...
ouvindo: solitary man - HIM.
ouvindo: solitary man - HIM.