o espelho.
desde que ele chegou e se instalou no par central de portas do armário, não tenho sossego. olho-me. de perto, de longe. olho-me. observo a sinuosidade ao longo do tronco, tão abominada pela sociedade. vejo as linhas que se espalham. cicatrizes, marcas, manchas. no rosto, os sinais de abatimento e preocupação. são pontos. as olheiras arroxeadas circundando os olhos. há sobras. estar frente a frente comigo é ver o mal que o tempo faz. e o desesperador é saber que não há solução imediata.
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♪ tout - lara fabian