terça-feira, 31 de outubro de 2006

prometa não chorar.

acalma, criança. enxuga esse rosto, criança. sorri. sorri para mim. sorri o sorriso largo que você sempre sorriu. e vê com doçura toda a vida, como sempre viu. sê quem tu fostes antes. lembra-te de como fostes feliz com o pouco que tinhas. que te faz agora caminhar senão a certeza de que, ali, ainda que distante, existe quem te espere? fala, criança. fala para mim dos teus anseios e dos teus sonhos. fala daquele dia bonito, do sol apinhado, das nossas mãos dadas. e caminhamos em direção ao infinito. esquece, minha criança, pois os tempos mudam. as pessoas mudam. os sentimentos mudam. e o mundo gira, criança. portanto, enxuga esse rosto e caminha. caminha para a certeza de que vão estar a te esperar. vais ver, nas linhas da tua mão.
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e, agora, de que adianta desmantelar-te em lágrimas, meu bem? ergue teu rosto. tu és a tua força de vontade. tu és pureza. igual a ti, ele não encontrará.