sábado, 18 de novembro de 2006

wi-fi.

rio de janeiro, alguma data qualquer do mês de março de 2006.
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wi-fi. é graças ao maravilhoso invento humano que hoje, três anos depois daquele nosso primeiro "esbarrão", eu posso receber notícias suas do outro lado do oceano. wi-fi. quem diria! meus pais, certamente, esperariam dias por uma carta. e eu posso, em tempo real, dizer "oi" e perguntar "como vc tah?". fantástico.
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e dizem por aí que isso aqui é ruim. dizem por aí que isso aqui suga. dizem que não desenvolve o processo comunicativo natural do homem. olha, mas que grande mentira. se hoje me comunico com você, é graças a esse acessório quase indispensável ao ser humano. uma tela, um teclado, telefone e muitas idéias.
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saudades também. e vontade de saber o que se passa num lugar tão distante deste quarto de paredes pêssego no qual me encontro.
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os céus aí são cinza. ouvi dizer. e que você pode, num pedaço de madeira, subir e falar todas as verdades. isso fica num parque, não é? me pergunto se você já discursou sobre alguma coisa por lá. qual é a verdade que você quer dizer? que tal a daquele dia perdido em 2003?
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wi-fi permite você me dizer as coisas mais geniais. ainda permite que você se faça de bêbado e se aproveite da situação. acho graça. é bonitinho. você se diz bêbado e me diz, sem remorso, que naquela tarde perdida de 2003, você ia me beijar. ia mesmo. você salienta. eu acho graça. lembro então que o wi-fi só seria mais maravilhoso se eu pudesse ver a sua cara nesse momento. se eu pudesse abraçar você bem forte enquanto rio.
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eu, mesmo sem uma gota de álcool no sangue, acabo dizendo que beijaria de volta. é a verdade. você reage com espanto. wi-fi. ajuda, mas é tão difícil saber o quanto desse espanto aí é real. ou será que você já esperava? não vou saber por essas ondas.
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e londres? vai bem? mudo de assunto. faço de conta. trocamos as verdades através de telas frias. não menos verdadeiras, não menos emocionantes. admito, fiquei aqui com o coração na mão. já se vão três anos e eu não ia imaginar. como é que pode lembrar de um momentinho besta que nem bem aconteceu?
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talvez sejam os ares daí. talvez seja one caipirinha, two caipirinhas, three caipirinhas, floor. ou aquele show dos mutantes com a zélia duncan nos vocais. estranho, né? ainda prefiro a rita lee.