tchau 2006, já vai tarde.
o último post de 2006, pressupõe-se, é uma retrospectiva. o único ligeiro impecílio vem a ser o fato do meu cérebro ter travado algumas informações e, daí, eu não ser capaz de lembrar muita coisa que eu fiz ou pela qual eu passei. estranho? talvez uma reação natural para coisas que tiveram um peso considerável na minha história.
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nesses últimos dias eu havia sido atingida por uma onda de otimismo que eu não sei bem de onde veio. tirei fotos no espelho. apesar das comilanças natalinas, não engordei um quilo sequer. cheers! e não estou exatamente magra - e nem nunca vou estar -, mas estou relativamente satisfeita com o que eu vejo. além do mais, magreza não é sinônimo de beleza e eu bem entendo disso. não é dos magros que eu gosto mais mesmo.
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ok, sem divagações sobre beleza e voltando a onda inexplicável de otimismo. como ela veio, ela se foi. ou melhor, está indo. nas últimas vinte e poucas horas eu não tenho me sentindo tão otimista e esperançosa em relação a 2007. e isso é ruim. afinal, o nosso mundo é feito de coisas que a gente acredita e, se eu não acredito que o ano que vai nascer vai ser melhor do que esse que já vai tarde, não vai adiantar nada!
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eu não sei bem porquê, mas aquelas mesmas questões estão na minha cabeça. tô lembrando, tô imaginando, tô criando malditas imagens mentais. por favor, me deixa em paz, cérebro maldito! por que justamente o cérebro não bloqueia as coisas que a gente não quer lembrar porque torturam a gente? ele bloqueia as coisas inocentes, as coisas que eu fiz sozinha, as coisas que eu fiz com os meus amigos... mas essas lembranças "bloqueáveis" continuam aí.
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e elas sairam da gaveta nessas últimas horas. estão aqui saltitando no meu cérebro.
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eu preciso sair da cidade. por alguns dias, ao menos. eu preciso sair na rua sem medo. sem medo do caos que tá lá fora por causa do sistema penitenciário. e sem medo do caos que tá aqui dentro ainda tentando lidar com "aquilo". aliás, eu já mencionei que caos NÃO é a minha palavra preferida? pois é, né?
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mas a minha viagem foi momentaneamente adiada. e talvez eu só vá mesmo amanhã de noite. sendo que eu vou estar de volta já no dia 2. muito pouco tempo pra tentar ajeitar a cabeça. mas melhor que nada, eu acho.
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e aí, dia 8 eu começo a trabalhar. nunca fiquei tão ansiosa por isso. não sei se porque faz com que eu me sinta mais adulta - sim, agora eu quero crescer. antes eu queria ser adolescente e farrear pra sempre. agora eu quero trabalhar, me casar e ter filhos - ou porque me ocupa a mente impedindo que eu pense no quão encalhada eu sou.
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aliás, encalhada não. vivi, quando ler isso, dará pulinhos. ela sempre me diz que não sou encalhada e, bem, é verdade. eu faço drama. eu não sou encalhada, eu só não gosto das minhas opções. mas elas existem. e, às vezes, eu juro que preferia que não existissem.
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não sou boa com tocos. e, ultimamente, não sou boa com gostar das pessoas. quanto mais o tempo passa, menos eu gosto das pessoas. se apaixonar na adolescência é tão fácil, simples e, quando acaba, rapidamente se torna indolor. agora, já com essa "adultice" correndo nas veias, é complicado. muito tempo sem gostar e, quando gosta, acaba fazendo tudo errado. e aí é ruim porque você se entregou, você se dedicou... é como construir uma ponte e o rio, na enchente, destrí-la. você vê seu esforço, seu trabalho, seu carinho, seu tempo indo embora. e tudo que você pode fazer é esperar a enchente baixar e construir uma ponte nova. mas é desanimador e, muitas vezes, você não gostaria de construir nada ali mesmo. deixa pra lá, né?
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eu ando na fase "deixa pra lá". adoraria poder me apaixonar. adoraria conhecer uma pessoa que mexesse comigo. adoraria. mas meu coração não. ele adoraria ficar cada dia mais congelado e coisa e tal. não o culpo. parece que quando estamos nos acostumando a ficar sozinhos, murphy mexe os pauzinhos. e aí a gente cai que nem pato. e, quando a gente já perdeu a prática da solidão, murphy mexe os pauzinhos de novo. puff. estamos sozinhos de novo. a nossa vida é um grande pega vareta, vista desse ângulo.
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a nossa não, a minha. e murphy me adora. sou o chaveirinho dele. se ela é biba ou não, não sei. mas não deve ser. deve gostar de ruiva.
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e esse foi o pior post de fim de ano que eu já escrevi. meio bittersweet, né? queria escrever coisas bonitas e acabei divagando que nem uma amargurada. eu não sou amargurada. eu tenho dias. e não ando em dias bons. é essa casa, é essa rua, é esse bairro. e todas as lembranças e as coisas que eu não realizei. eu só quero sair daqui e respirar. um pouco.
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mas, ao contrário de mim, não desanimem. pra quem teve um 2006 bom, que 2007 seja ainda melhor. pra quem teve um 2006 confuso e bizarro, como eu, um 2007 sereno e de muita ocupação pras cabecinhas não pensarem besteira.
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quem eu tiver que perdoar, considere-se perdoado. e quem quiser me perdoar por coisas que eu fiz consciente ou inconscientemente, por favor, be my guest.
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não vou prometer ser melhor em 2007. não sei o que me aguarda. mas quem tá me achando melhor hoje pode continuar contando com mudanças e crescimento. é só o que nos resta. e, como diria o betão [43 anos de praia, garoto!]: hoje eu sei, só a mudança é permanente.
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feliz 2007!
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ouvindo: negro amor - engenheiros do hawaii.
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nesses últimos dias eu havia sido atingida por uma onda de otimismo que eu não sei bem de onde veio. tirei fotos no espelho. apesar das comilanças natalinas, não engordei um quilo sequer. cheers! e não estou exatamente magra - e nem nunca vou estar -, mas estou relativamente satisfeita com o que eu vejo. além do mais, magreza não é sinônimo de beleza e eu bem entendo disso. não é dos magros que eu gosto mais mesmo.
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ok, sem divagações sobre beleza e voltando a onda inexplicável de otimismo. como ela veio, ela se foi. ou melhor, está indo. nas últimas vinte e poucas horas eu não tenho me sentindo tão otimista e esperançosa em relação a 2007. e isso é ruim. afinal, o nosso mundo é feito de coisas que a gente acredita e, se eu não acredito que o ano que vai nascer vai ser melhor do que esse que já vai tarde, não vai adiantar nada!
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eu não sei bem porquê, mas aquelas mesmas questões estão na minha cabeça. tô lembrando, tô imaginando, tô criando malditas imagens mentais. por favor, me deixa em paz, cérebro maldito! por que justamente o cérebro não bloqueia as coisas que a gente não quer lembrar porque torturam a gente? ele bloqueia as coisas inocentes, as coisas que eu fiz sozinha, as coisas que eu fiz com os meus amigos... mas essas lembranças "bloqueáveis" continuam aí.
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e elas sairam da gaveta nessas últimas horas. estão aqui saltitando no meu cérebro.
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eu preciso sair da cidade. por alguns dias, ao menos. eu preciso sair na rua sem medo. sem medo do caos que tá lá fora por causa do sistema penitenciário. e sem medo do caos que tá aqui dentro ainda tentando lidar com "aquilo". aliás, eu já mencionei que caos NÃO é a minha palavra preferida? pois é, né?
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mas a minha viagem foi momentaneamente adiada. e talvez eu só vá mesmo amanhã de noite. sendo que eu vou estar de volta já no dia 2. muito pouco tempo pra tentar ajeitar a cabeça. mas melhor que nada, eu acho.
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e aí, dia 8 eu começo a trabalhar. nunca fiquei tão ansiosa por isso. não sei se porque faz com que eu me sinta mais adulta - sim, agora eu quero crescer. antes eu queria ser adolescente e farrear pra sempre. agora eu quero trabalhar, me casar e ter filhos - ou porque me ocupa a mente impedindo que eu pense no quão encalhada eu sou.
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aliás, encalhada não. vivi, quando ler isso, dará pulinhos. ela sempre me diz que não sou encalhada e, bem, é verdade. eu faço drama. eu não sou encalhada, eu só não gosto das minhas opções. mas elas existem. e, às vezes, eu juro que preferia que não existissem.
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não sou boa com tocos. e, ultimamente, não sou boa com gostar das pessoas. quanto mais o tempo passa, menos eu gosto das pessoas. se apaixonar na adolescência é tão fácil, simples e, quando acaba, rapidamente se torna indolor. agora, já com essa "adultice" correndo nas veias, é complicado. muito tempo sem gostar e, quando gosta, acaba fazendo tudo errado. e aí é ruim porque você se entregou, você se dedicou... é como construir uma ponte e o rio, na enchente, destrí-la. você vê seu esforço, seu trabalho, seu carinho, seu tempo indo embora. e tudo que você pode fazer é esperar a enchente baixar e construir uma ponte nova. mas é desanimador e, muitas vezes, você não gostaria de construir nada ali mesmo. deixa pra lá, né?
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eu ando na fase "deixa pra lá". adoraria poder me apaixonar. adoraria conhecer uma pessoa que mexesse comigo. adoraria. mas meu coração não. ele adoraria ficar cada dia mais congelado e coisa e tal. não o culpo. parece que quando estamos nos acostumando a ficar sozinhos, murphy mexe os pauzinhos. e aí a gente cai que nem pato. e, quando a gente já perdeu a prática da solidão, murphy mexe os pauzinhos de novo. puff. estamos sozinhos de novo. a nossa vida é um grande pega vareta, vista desse ângulo.
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a nossa não, a minha. e murphy me adora. sou o chaveirinho dele. se ela é biba ou não, não sei. mas não deve ser. deve gostar de ruiva.
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e esse foi o pior post de fim de ano que eu já escrevi. meio bittersweet, né? queria escrever coisas bonitas e acabei divagando que nem uma amargurada. eu não sou amargurada. eu tenho dias. e não ando em dias bons. é essa casa, é essa rua, é esse bairro. e todas as lembranças e as coisas que eu não realizei. eu só quero sair daqui e respirar. um pouco.
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mas, ao contrário de mim, não desanimem. pra quem teve um 2006 bom, que 2007 seja ainda melhor. pra quem teve um 2006 confuso e bizarro, como eu, um 2007 sereno e de muita ocupação pras cabecinhas não pensarem besteira.
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quem eu tiver que perdoar, considere-se perdoado. e quem quiser me perdoar por coisas que eu fiz consciente ou inconscientemente, por favor, be my guest.
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não vou prometer ser melhor em 2007. não sei o que me aguarda. mas quem tá me achando melhor hoje pode continuar contando com mudanças e crescimento. é só o que nos resta. e, como diria o betão [43 anos de praia, garoto!]: hoje eu sei, só a mudança é permanente.
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feliz 2007!
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ouvindo: negro amor - engenheiros do hawaii.