dias iguais.
hoje eu tive exatos quinze minutos longe de alunos, professores e/ou telefones e isso foi tempo suficiente pra perceber que, nesse momento da minha vida, eu vivo pra trabalhar ao invés de trabalhar pra viver, eu trabalho pra esquecer ao invés de esquecer de trabalhar... se me pedem uma coisa, mesmo que seja pra depois de amanhã, eu faço na hora e ainda espero que a pessoa me peça mais, mais e mais. eu sou, praticamente, adestrada. e embora eu não goste muito do meu emprego atual, mal me imagino sem ele.
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meus dias são iguais (como diria m.m.): acordo, me arrrumo, almoço e vou trabalhar. passam-se oito horas, retorno ao lar, janto e durmo. e nada disso é frustrante ou me deixa com a sensação de que eu estou aproveitando menos a vida. na realidade, isso me preenche. workaholic. e pensar que isso começou como sendo uma espécie de terapia ocupacional. e, hoje, a minha terapia pra esquecer do trabalho é pensar nas inúmeras horas que eu posso dormir aos sábados e domingos.
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e é tão estranho... estar vazia, saber-se vazia e não sentir-se mal com isso.
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meus dias são iguais, meus dias tão iguais.
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ouvindo: 36° - placebo.