segunda-feira, 5 de março de 2007

borrão.

desfigurado estou e dissonante eu sou.
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e lá estava ela no ônibus de sempre, horário de sempre, reflexo do sol nos óculos escuros de sempre, garrafa d'água mineral de sempre, suor de sempre, trânsito de sempre, motorista e cobrador de sempre, mas com a sensação de peito explodindo que, apesar de conhecida, voltou a ser evocada nos últimos dias. hoje, quem ela é? hoje, do que ela sente falta? hoje, no que ela acredita? hoje, em quem ela pensa? hoje, com o que ela sonha? hoje, o que ela quer? desfigurada e dissonante. uma imagem borrada entre tudo que sempre acontece todo dia.
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que você não vê.
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ouvindo: fuga em dó maior - parlofone