sobre superação, vento e telhados.

e se o vento for destruir
o telhado que hoje cobre o lar
que é a casa onde não vamos mais
o que faremos pra superar?
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superar é dar um passo de cada vez, a cada dia que passa, na direção que for escolhida, pelo motivo que couber melhor na estória, acreditando sempre que há um fim para a estrada que aponta ao horizonte quando parados, daqui, a observamos.
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são inúmeros os telhados destruídos pelo vento. seja o telhado denotado, o do lar, ou os telhados conotados como uma amizade, uma carreira, um amor. é como se "varressem" aquilo e dissessem: "ei, recomeça! isso aqui não ia mesmo dar certo!" e, por alguns momentos, recomeçar pode parecer simples mas requer coragem. mais coragem do que se imagina.
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algumas vezes eu precisei ver telhados se desfazendo para ser capaz de reconstruí-los devagar, com cada vez menos ajuda. a cada queda, um novo aprendizado. uma coisa nova sobre mim, uma coisa nova sobre o mundo, uma coisa nova até sobre aquele telhado lá que o ventou levou. o vento que passou pelo lar e foi desviado por um golpe de pincel. ou não.
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hoje, acredito que o "grosso" passou pelo estágio mais simples de superação. mas a malha fina, as coisas mais apuradas, os sentimentos curtidos... bem, isso tudo ainda existe, como as telhas empilhadas por cima das vigas... teimam em não cair e não quebrar.
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é preciso coragem para subir até o telhado e recolocar telha por telha no lugar. é preciso esperança para saber que o vento volta, mas que tentar reconstruir vale a pena mesmo que por pouco tempo. é preciso mais do que vontade e mais do que apoio, embora esses fatores sejam importantes. é preciso uma boa dose de auto estima, muitos "eu consigo!" de manhã na frente do espelho e muito esforço.
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e o telhado fica novo. e a gente bota fé que o vento vai virar brisa suave. até a próxima tempestade.
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quem vai dizer
que vamos conseguir sair antes que o céu desabe?
quem vai dizer
que vamos conseguir sair antes que o mundo acabe?
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ouvindo: casa - manoel magalhães.