viver não é preciso.
viver não é preciso. é impreciso, incerto, indeciso. às vezes é intocável. às vezes é irremediável. às vezes é simplesmente inevitável. viver é frustrar-se para depois renascer em alguma glória reservada num ponto mais distante da estrada.
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hoje, viver é aventurar-se dentro do medo que se instala e assola para ganhar um abraço e um sorriso sincero de uma amiga que vem de longe. hoje, viver é esperar que alguém nos note com os olhos que o notamos. hoje, viver é botar na balança do coração esses dois momentos e ver, por a + b, se valeu a pena.
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e valeu. tudo vale a pena se a alma não é pequena. e as nossas almas parecem cada dia maiores, calejadas dessa imprecisão toda porém fortes, porém lindas e exauridas de tanto queimarem como lenha na fogueira do que faz viver.
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hoje, viver é caminhar no vale das dúvidas em busca de uma única certeza, seja ela qual for. e, qualquer que seja, a gente encontra numa curva dessas nesses caminhos aí que cismamos percorrer.
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navegar, meus caros, é preciso. andar nessas loucas estradas que a vida nos oferece é difícil, doloroso, ameaçador... mas é o que nos torna humanos de verdade, completos de corpo, alma e coração.
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