segunda-feira, 11 de junho de 2007

e é o fim. é o fim?

- putz, tá muito cheio!; dizia rodrigo amarante, guitarra e vocal da banda carioca los hermanos, diante de uma fundição progresso lotada. o chão balançava, as paredes tremiam, as canções eram entoadas em uníssono. cada movimento da bateria era um soco dentro do peito daqueles fãs que, ao mesmo tempo em que temiam ficar órfãos de sua banda preferida, faziam da noite inesquecível.
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há cerca de mês e meio atrás, os rapazes anunciaram um recesso por tempo indeterminado, o que assustou os fãs "de carteirinha" que já esperavam um quinto álbum. como "despedida", foram marcados dois shows de "encerramento" da tour do último álbum, "4". esses ingressos venderam como água - eu e rayana bem sabemos da nossa correria para conseguir um par deles - e, por isso, caridosamente marcelo e sua turma abriram mais uma data.
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eu, é claro, mesmo não acreditando no fim certeiro, tinha que ir. primeiro porque o melhor motivo para se ver um show desses barbudos é simplesmente ver um show deles! e, segundo, porque, mesmo que seja uma tremenda jogada de marketing, a noite prometia ser indescritível. portanto, sejam condescendentes com esse pseudo-relato embuído de emoção, lágrimas, carinho, saudade e admiração.
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a noite não foi menos que um misto de tudo isso, caros amigos. faltou um "tiquinho" só pra fundição (pobresso, ô lugar ruim!) vir abaixo.
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inesquecível foi a execução de canções do primeiro cd, aquele que é "skacore" e que 90% dos fãs, incluindo a ana "júlia" paula aqui, acha bem chatinho. como supresas na minha noite: "tenha dó" (que eu gritei com a garganta, com os pulmões, com o coração), "lágrimas sofridas", "quem sabe", "anna júlia" (pois é, quem diria? fã que é fã sabe da birra dos meninos com essa canção!) e "pierrot".
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camelo de terno e gravata: parecia um gerente de telemarketing. camelo dançando ao som de "paquetá" (canção que está no último álbum): requebra bem o moço! eu, é claro, não tinha espaço para dançar. mal podia respirar, presa na grade, de frente para o ruivo (amarante!). mas valeu a pena ficar quase duas horas prensada! o ruivo é, como eu já havia constatado mil vezes antes, uma simpatia. e ótimo dançarino também!
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chorei. sorri. chorei e sorri ao mesmo tempo. eu, essa garota que ouviu LH pela primeira vez em 1998, numa fitinha demo furrequinha, estava ali diante da única banda constante nessa minha vida há quase dez anos. em parte o coração temia pelo fim real, mas a alma ia se desprendendo e se impregnando de momentos únicos como só esses caras sabem me proporcionar.
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no fim das contas, eu estava leve que só. é incrível como quatro caras podem falar melhor da minha vida que eu mesma. não, eles não são assumidades técnicas. eles desafinam horrores, tocam várias coisas erradas e o melhor é que eles não estão nem aí! e eu também não. porque eles tocam meu coração mais e melhor que qualquer autoridade musical técnica. de verdade.
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acho que percebi que meu coração é super azedo! *risos* depois de shows desses caras é que vem esse peso, por causa da quantidade de coisa que a gente vai deixando sair do coração, da cabeça, vai deixando fluir. no entanto, a sensação pós-show é de alívio, é de saber que eu não sou a única que se sente assim. eles se sentiram (e, garanto, ainda se sentem!), muitos outros ali se sentem. então, bem, o "azedume" está em nós todos.
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em uma palavra: memorável.
em cinco palavras: amarante, barba, bruno, bubu, camelo.
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e bom recesso, rapaziada!
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ouvindo: do sétimo andar - los hermanos.