sexta-feira, 4 de janeiro de 2008


e não é que, às vezes, sobre um frio na espinha e bate uma saudade? ontem mesmo me disseram "você não está apaixonada por ele!" meramente porque eu pus os pés no chão e disse que não ia começar meu ano com o pé esquerdo me lamentando por tudo que murphy pôs no nosso caminho até agora. ou melhor, no meu caminho. não sei ainda se o caminho dele cruza com o meu e segue junto. não sei.

mas hoje, ah... hoje foi eu fechar os olhos de cansaço pra ver o sorriso dele, os olhos dele, ouvir a voz dele... pra abrir meus olhos de novo e não conseguir mais dormir.

no momento eu quero dizer que isso é um sentimentão, mas que eu não posso rotular ainda. não dá pra dizer se é paixão, se é uma amizade muito da grandona, se é um carinhozinho, um respeito, uma atração - porque ele é meio amarante, meio gerard butler... e eu suspiro! -, um foguinho de palha ou uma grande esperança. simplesmente não dá. mas que dá pra sentir saudade, às vezes, dá.

aliás, é um "sentir saudade" diferente. é um "sentir saudade" de coisinhas bobas mesmo, lembranças que foram geradas e alimentadas através de telas frias, muitos fios e linhas telefônicas. e falando assim parece até bobeirite, né? mas se eu fechar os olhos dá até pra ver esses momentinhos acontecendo como se estivéssemos cara a cara.

saudade dele me dizer que sou mandona e me roubar um beijo. saudade dele ficar emburradinho por uma bobeirinha qualquer que eu tenha dito. saudade dele me dizer que nação zumbi é a melhor banda do mundo, senão da galáxia! saudade dele sorrindo. saudade dele me dizendo que pareceu até que eu achei ele chato... e eu com um "pelo contrário, você é uma das pessoas mais perfeitas que eu já conheci!" entalado na garganta. saudade do "vê se não some". saudade de ouvir a ana cañas. saudade dos beijos evaporados condensado os lábios e de ser a primeira num montão de milhões de pessoas. saudade.



nos sonhos
fernando ruiz díaz

água que banha com águas frescas
as costas que te acompanham
sou água que foi e hoje está seca
para chover amanhã
raíz profunda, não sabe do medo
está sempre acompanhada

hoje te vi nos sonhos
hoje te vi nos meus sonhos

perdi a noção do tempo
ao cair de boca em tua boca
viagem a favor e contra o vento
feliz ou com a alma rasgada

hoje te vi nos sonhos
hoje te vi nos meus sonhos

dormi, despertei caindo
despertei entre lençóis rasgados
viagem a favor ou contra o vento
feliz ou com a alma rasgada

hoje te vi nos sonhos
hoje te vi nos meus sonhos