sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

súplica em prosa.


você caminhou em minha direção com os braços semi-abertos onde, em poucos segundos, eu me encaixaria perfeitamente. nos olhos, uma expressão séria que julguei ser sua de praxe. na boca, resmungos sobre o trânsito na tijuca, sobre o jogo no maracanã, sobre o estacionamento do shopping. coisas pequenas. coisas tão pequenas que sequer causaram-me qualquer impressão. naquele momento, o que realmente me marcaria, era o calor daquele peito palpitante onde debrucei a cabeça.

e ainda que todos me digam o quão tola eu sou de, em disparada, dar passos rumo ao apego e ao envolvimento, persisto. são poucas as pessoas que despertam tanto desejo de entrega. são raros os instantes em que percebemos caber sob medida em um abraço.

digo até, para o seu contentamento, que nada pretendo a longo prazo. mas o coração bate até mais violento quando o sufoco com a razão. quero lutar, quero insistir, quero encontrar você não somente nas esquinas da minha vida, casualmente, mas em todas as manhãs quando eu acordar. quero caber em todos os seus abraços, me derreter em todos os seus beijos, habitar todas as suas respirações.

feche os olhos agora. sinta mais uma vez aquele nosso momento. e apaixone-se intensamente, como se tivesse quinze anos mais uma vez, esperando a doce delícia do gozo primeiro. apaixone-se, deixe-se apaixonar! e, assim, me tome como sua. pois são poucos esses acasos onde me faço dócil e obediente com toda essa certeza.

(rj, 02.02.2008)
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e acabou.
é, acabou.


ouvindo: às vezes nunca - engenheiros do hawaii.