eu percebi que eu não sei mais escrever. essa coisa de escrever sobre coisas felizes é pouco convincente. e, no momento, eu estou muito feliz mesmo. obrigada! mas pensando no clássico "não custa tentar", ontem antes de dormir eu fiquei imaginando um jeito de colocar em palavras essas alegriazinhas bobas do dia-a-dia que eu ando experimentando. difícil, muito difícil. embora elas pareçam pequenas aos nossos olhos, elas são gigantescas para o coração e tão grandes que não cabem em nenhum léxico.

sábado eu acordei com a luz atravessando a cortina. não deviam ser mais que seis da manhã. devagar eu fui abrindo os olhos e percebendo que aquela não era a minha cama, aquela não era a minha janela e que aquela lá era não era a minha cortina. quando eu finalmente consegui desembaçar a vista, eu vi seu queixo. pois é, seu queixo. seu queixo na altura dos meus olhos. com barba por fazer e tudo. seu queixo, sua boca... eu senti seus braços na minha cintura, eu ouvi o barulho da sua respiração. e foi exatamente naquele momento que as coisas se tornaram urgentes. eu acordei do seu lado e tudo se fez preciso, necessário, urgente.

você é urgente na minha vida, afinal. e de uma urgência que me doeu quando notadai. ver você dormindo, indefeso e entregue, me fez perceber o quanto eu preciso e ainda precisarei de tudo o que você representa. e é engraçado que, agora, eu me controle para não dizer os célebres versos "não há você sem mim, eu não existo sem você" porque, de fato, com um mês de namoro as coisas ainda assustam. mas eu já sinto isso. eu já não existo sem você, sem querer acordar com o seu queixo na altura dos meus olhos, sem ficar em silêncio absoluto tentando ouvir você respirar...

é tudo seu, enfim. tudo o que eu tenho e tudo o que eu sou. não há maiores explicações que não essa necessidade profunda, talvez egoísta e, ao que parece, interminável da sua presença seja como for...



ouvindo: all that i have - snow patrol.
"it's so clear now that
you are all that i have...
i have no fear
'cause you are all that i have..."