aqui e agora.
ela cansou de imaginar o futuro. como ele, queria aprender a viver no presente. mas os futuros são o que fazem os presentes existirem, ela achava.
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andava pela casa de manhã, copo d'água na mão e os lençóis escorrendo pelas bordas da cama. numa cidade quente dessas era de se admirar que os ventiladores não estivessem rangendo a medida que seus pensamentos se liquidificavam. gostava de abrir as janelas cedo deixando o sol fazer morada e também porque sua mãe o fizera por toda a vida alegando ser necessário contra o mofo.
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mofo? o bolor dos dias corroía o presente em detrimento do futuro incerto. ela queria imaginar o futuro com ele, do lado dele, naquele apartamento com os livros dele, os discos dele, as roupas dele arrumadas nos cabides do armário. ele queria viver o hoje, o agora, o presente momento. nem bem sabia quem seria se lhe passassem dois minutos. nunca pensou no amanhã e isso assustava a menina que fora criada com todos os preparos para um futuro próspero e virtuoso.
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quem era ela, afinal? quem vive de amanhã, o que sabe sobre si mesmo hoje? ensimesmava-se, parada contra a porta de vidro que tinha saída no corredor. os outros moradores recolhiam seus jornais e despejavam seus lixos. ela contorcia-se em dúvidas e dívidas.
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ele, provavelmente, estava por aí vivendo. quiçá dormindo em outra cama, em outros braços. sonhando, talvez, outros sonhos feitos de "agoras".
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ouvindo: sombras por aqui - polar.
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andava pela casa de manhã, copo d'água na mão e os lençóis escorrendo pelas bordas da cama. numa cidade quente dessas era de se admirar que os ventiladores não estivessem rangendo a medida que seus pensamentos se liquidificavam. gostava de abrir as janelas cedo deixando o sol fazer morada e também porque sua mãe o fizera por toda a vida alegando ser necessário contra o mofo.
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mofo? o bolor dos dias corroía o presente em detrimento do futuro incerto. ela queria imaginar o futuro com ele, do lado dele, naquele apartamento com os livros dele, os discos dele, as roupas dele arrumadas nos cabides do armário. ele queria viver o hoje, o agora, o presente momento. nem bem sabia quem seria se lhe passassem dois minutos. nunca pensou no amanhã e isso assustava a menina que fora criada com todos os preparos para um futuro próspero e virtuoso.
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quem era ela, afinal? quem vive de amanhã, o que sabe sobre si mesmo hoje? ensimesmava-se, parada contra a porta de vidro que tinha saída no corredor. os outros moradores recolhiam seus jornais e despejavam seus lixos. ela contorcia-se em dúvidas e dívidas.
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ele, provavelmente, estava por aí vivendo. quiçá dormindo em outra cama, em outros braços. sonhando, talvez, outros sonhos feitos de "agoras".
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ouvindo: sombras por aqui - polar.