caixinha de lápis de cor.

caminho por entre nuvens, flores, sorrisos de fim de tarde. percebo que o mundo me pega pelas mãos e me leva em direção ao pôr do sol. cada fim é um pôr de sol e todos os meus fins estão devidamente registrados em fotomemórias que fiz com os olhos, com a boca, com os dedos, com o coração.
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colori você tantas vezes na linha do horizonte que, hoje, não sei mais apagar aqueles desenhos tortos. colori você nas asas das aves que pairam e pousam nos fios de luz. colori seu sorriso de menino sempre me dizendo que o futuro está lá e é incerto, por isso prezava tanto o momento. colori sua filosofia, sua geografia, sua música.
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hoje, no entanto, tudo isso esmorece em tons de cinza. e eu continuo caminhando por entre outras cores que nem bem conheço. o futuro me espera com uma caixa nova de lápis de cor para que eu possa descobrir outros tons, outras sombras, outros relevos e realçes. o seu presente já tem as cores que você queria ter.
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espero, no entanto, que ainda tenha as cores que eu dei pra você, que brilham e rebrilham nos seus olhos ou nas lágrimas que você deixa cair em segredo. tudo o que eu pintei em você é sincero. todo o amor que eu pintei para nós dois permanece registrado numa tela que guardei dentro de mim.
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deixei você com os tons mais novos e mais íntimos que eu tinha para oferecer. e que você hoje carregue-os e vá buscar novos tons de todas as cores que existem e não existem. eu sei que busco os meus. busco encontrar em quem pintar novos horizontes perdidos além do alcance das minhas mãos.
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ouvindo: the scientist - coldplay.