segunda-feira, 12 de março de 2007

trôpegos, doidos, soluçantes.

(qual a sensação de acordar de um sonho aparentemente doido mas com nuances tão reais? me corre um desapontamento da cabeça aos pés. e com vocês?)
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um sonho bêbado onde todos rodávamos. um muro dividindo quintais. e, do outro lado, você vinha mansamente até encostar-se naqueles concretos divisórios. eu me pus nas pontas dos pés. muro alto. você disse qualquer coisa torta. e eu fiquei tonta, engraçado. o bêbado era você! e o muro, num passe de mágica, se desfez. então estávamos os dois de pé e você sorria. ainda balbuciava palavras que pairavam no hálito alcalino do céu da sua boca. girávamos. e caminhamos para um ponto cego onde logo surgiram paredes. trocamos um beijo. tortos e trôpegos. e você me falava de uma menina. saia indiana. do outro lado do muro, sentada. o muro que tinha voltado a figurar naquele sonho. ela tamborilava os dedos impacientemente. e nós, mesmo por entre as paredes, podíamos vê-la. então tomamo-nos em abraços e soluços. esquecemo-nos da menina em sua ensimesmada raiva. dançamos. doidos, doidos, doidos. quem éramos nós?
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ouvindo: bem melhor - moptop.